Depois de dado o primeiro passo, vamos estabelecer algumas coisas, antes de dar o segundo.
Se você tem pessoas que são importantes para você, mas que te julgam, te acusam de preguiça, de relaxamento, de falta de vontade, de não ser sociável, de não se esforçar e vivem te dizendo para reagir, sair dessa, lutar, como se você estivesse fazendo de propósito, vou te oferecer duas opções: ou peça a elas que pesquisem e leiam sobre o que é depressão, ansiedade, pânico, transtorno bipolar, obsessivo compulsivo, o que você achar melhor (na internet, o que não falta é informação), ou abstraia, ainda que durante um período, pois isso é o que você menos precisa nesse momento.
Em outras palavras, se a pessoa realmente se importa com você, vai aceitar e seguir sua sugestão de se informar, para que possa, de alguma forma te amparar, ou pelo menos, dizer, como a letra da música do desenho Toy Story: "amigo estou aqui"! Caso contrário, pegue essas pessoas e coloque numa prateleira ou gaveta, você vai precisar delas mais adiante. Só não se deixe influenciar.
Lembre-se de que você está prestes a seguir um caminho e quem não estiver andando na mesma direção, está em via oposta. Não é fácil, eu sei, mas você terá que ignorá-las durante um tempo.
Agora vem a parte boa. Muito, demais, extremamente difícil, mas boa. É como perder peso, relutamos em começar, mas quando perdemos um, dois quilos, começamos a nos animar. O mais importante, é nos convencermos de que precisamos emagrecer. No caso da depressão, teremos que nos convencer de que temos que mudar.
Não é mudar um ponto de vista, uma maneira de agir ou um sentimento, é nascer de novo. É como se tivéssemos morrido, mas, por algum motivo, fomos premiados com uma segunda chance. Temos uma nova e sagrada chance de sermos e fazermos tudo diferente, só que com a vantagem de poder usufruir de todo o conhecimento que adquirimos, através do sofrimento.
Não existe quem não tenha sofrido. O sofrimento é necessário e indispensável. Cabe a cada um de nós, entretanto, saber usá-lo em nosso benefício, até chegarmos ao ponto de agradecer, sempre que alguma coisa não saia como imaginávamos ou queríamos.
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